(Por Ana Paula Cusinato)
Para
que assim conheçam a razão do meu canto.
(Neruda,
LXXXIX)
Ouço Beethoven e estou
Burana
Nada importa.
A sonata escolhida
A Profana sentida
Vivo assim
Assim vivo você.
Saudade quase prazerosa
dada a certeza da
eternidade
do efêmero amor.
Desejo sua boca
Seu sangue, seu sêmen
Essência de minha e sua
vida
realizada em meu ventre.
Ouço o som do seu prazer
e danço.
Danço a dança cabal e
exata
Alma, corpo, pensamento
sob e sobre sua alma,
corpo e pensamento
Em espasmos deíficos...
“Nos acessos mútuos e
comuns gemidos.”[1]
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