sexta-feira, 14 de abril de 2017

CANTO DE AMOR



(Por Ana Paula Cusinato)

Para que assim conheçam a razão do meu canto.
(Neruda, LXXXIX)

Ouço Beethoven e estou Burana
Nada importa.
A sonata escolhida
A Profana sentida
Vivo assim
Assim vivo você.

Saudade quase prazerosa
dada a certeza da eternidade
do efêmero amor.

Desejo sua boca
Seu sangue, seu sêmen
Essência de minha e sua vida
realizada em meu ventre.

Ouço o som do seu prazer
e danço.
Danço a dança cabal e exata
Alma, corpo, pensamento
sob e sobre sua alma, corpo e pensamento
Em espasmos deíficos...
“Nos acessos mútuos e comuns gemidos.”[1]




[1] Cruz e Sousa, Piedosa

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